quinta-feira, 19 de março de 2009

Diário de Filosofia

Reflexão Crítica – “O Outro”

A expressão “o outro” pode ser entendida como o problema do mundo exterior, porém a questão não é a sua justificação mas sim o seu valor. “O outro” ou os outros significam as pessoas que me rodeiam.
Muitas vezes quando penso em mim e nos problemas da minha vida, apetece-me fugir e esconder-me dos outros. Apesar disto, também penso no que seria de mim se não tivesse à minha volta tantas pessoas de quem gosto e até mesmo de que não gosto.
Todas as pessoas que alguma vez passaram pela minha vida tiveram um pedacinho de poder no acto de moldagem da minha personalidade, pois se eu não tivesse passado pelas experiências por que passei com as pessoas com que as passei, não seria a pessoa que sou hoje.
Muitas vezes as pessoas afirmam que se arrependem de certos actos ou experiências por que passaram, sem pensar no quanto isso as fez crescer e aprender com os erros de modo a serem melhores pessoas, tanto a nível pessoal como a nível interpessoal.
Acho que a sociedade de hoje em dia é demasiado egocêntrica e egoísta, sendo que não se preocupa o suficiente com os outros e a importância que eles têm para o dia-a-dia de cada pessoa, bem como da sua personalidade.

Angélica Azevedo
11º

quinta-feira, 5 de março de 2009

David Hume

David Hume, retratado por Allan Ramsay (1713-1784) em 1766. Edimburgo, Scottish National Portrait Gallery

Nascimento
8 de Maio de 1711Edimburgo, Escócia
Falecimento
25 de Agosto de 1776Edimburgo, Escócia
Magnum opus
Tratado da Natureza Humana
Escola/tradição
Iluminismo, empirismo
Principais interesses
Teoria do conhecimento, Epistemologia, Ética, Estética, Teologia, Política, História, Economia
Ideias notáveis
Cetpicismo radical, o problema da indução,utilitarismo moral,refutação do princípio de causalidade e do livre-arbítrio
Influências
Cícero, Virgílio, Horácio, John Milton, Berkeley, John Locke
Influenciados
Kant, James Madison, Adam Smith, Augusto Comte, Karl Popper, Bertrand Russel, Wittgenstein, Positivismo Lógico, Filosofia analítica
David Hume (
Edimburgo, 7 de Maio de 1711Edimburgo, 25 de Agosto de 1776) foi um filósofo e historiador escocês. Foi, juntamente com Adam Smith e Thomas Reid, entre outros, uma das figuras mais importantes do chamado iluminismo escocês. É visto por vezes como o terceiro e o mais radical dos chamados empiristas britânicos, depois de John Locke e George Berkeley. O destaque dado ao trio Hume, Locke, e Berkeley, apesar de tradicional, desvaloriza a influência de vários escritores francófonos tais como Pierre Bayle e Nicolas Malebranche e de outras figuras intelectuais de língua inglesa como Isaac Newton, Samuel Clarke, Francis Hutcheson, e Joseph Butler. A influente filosofia de Hume é famosa pelo seu profundo cepticismo, apesar de muitos especialistas preferirem destacar a sua componente naturalista. O estudo da sua obra tem oscilado entre aqueles que colocam ênfase no lado cepticista (tais como Reid, Greene, e os positivistas lógicos) e aqueles que enfatizam o lado naturalista (como Kemp Smith, Stroud, e Galen Strawson). Mas independente disso um dos maiores filósofos ingleses do século XX, Bertrand Russell ainda pode dizer de Hume que ele foi o maior filósofo britânico que já existiu, o que demonstra claramente a importância da obra do escritor escocês. Não se sabe, se David Hume possuía alguma crença, para alguns ele era ateu, e para outros agnóstico. Politicamente era um liberal do partido Whig, favorável à união entre a Escócia e a Inglaterra de 1707. Sua língua materna era o escocês (scots), falava inglês com um forte sotaque, contudo, escrevia exemplarmente nesta. Foi um dos ilustres membros da Select Society de Edimburgo. Seguindo atentamente os acontecimentos nas colónias americanas, tomou partido pela independência americana. Em 1775 ele disse a Benjamin Franklin: "eu sou um americano nos meus princípios".
] Biografia
Hume nasceu em
Edimburgo e frequentou a universidade local. Inicialmente, pensou em seguir a carreira jurídica mas, em suas palavras, chegou a uma "aversão intransponível a tudo, excepto ao caminho da filosofia e a aprendizagem em geral". Sua mãe, que enviuvara quando David era criança, ficou assustada com a decisão, mas Lord Kames, um familiar e protector de Hume, tranquilizou-a.
Dedicou-se aos estudos, como auto-didacta, em
França, onde completou a sua obra-prima, Tratado da Natureza Humana, com apenas 26 anos. Apesar de muitos académicos considerarem hoje o Tratado sua maior obra e um dos livros mais importantes da história da filosofia, o público inglês não se entusiasmou imediatamente. Hume tinha esperado um ataque à publicação e preparava uma defesa apaixonada. Para sua surpresa, a publicação do livro passou despercebida, e sobre esta falta de reacção do público, em 1739-40, escreveu: "saiu da editora morto à nascença".
Após ter concluído que o problema do Tratado era o estilo e não o conteúdo, ele encurtou o texto e deu-lhe um estilo mais ligeiro, renovou algum do material para consumo mais popular: esforço que deu existência ao Investigação Sobre o Entendimento Humano. Também não foi muito bem sucedido com o público, embora melhor do que ocorrera com o Tratado. Foi a leitura desta Investigação que teria feito
Immanuel Kant - então um desconhecido professor universitário em Königsberg, já de idade avançada e sem qualquer obra relevante - afirmar que o fez acordar do seu "sono dogmático".
Em
1744 foram recusadas a Hume as cadeiras nas Universidades de Edimburgo e Glasgow, provavelmente devido a acusações de ateísmo e à oposição de um dos seus principais críticos, Thomas Reid.
Após estes insucessos, Hume trabalhou como curador de um doente psiquiátrico e posteriormente como secretário de um General.
No entanto, para além dos seus trabalhos no âmbito da filosofia, Hume ascendeu à fama literária como ensaísta e historiador, com o seu célebre História da Inglaterra.
Hume viveu a última década da sua vida em
Edimburgo, no novo aldeamento de New Town.

Cronologia
Nasceu na Escócia dia 7 de maio de 1711.
Em
1714 David Hume perdeu seu pai.
Em
1722, com 11 anos, entrou na Universidade de Edimburgo.
Em
1726, por volta dos 15 anos, decidiu aprimorar, lendo livros clássicos, seus conhecimentos por conta própria.
Entre
1729 e 1734 sofreu um sério esgotamento nervoso
Em
1734, viajou para o interior da França para complementar sua educação.
Em
1737, Hume retornou a Escócia para juntar-se à mãe e ao irmão na antiga propriedade rural da família.
1739 - 1740 publicou em duas etapas o "Tratado da Natureza Humana".
Em
1741 - 1742 publicou em Edimburgo seus dois volumes do "Ensaios Morais, Políticos e Literários"
Em
1744, Hume tornou-se candidato à cátedra de Filosofia Moral na Universidade de Edimburgo, mas não conseguiu.
Em
1746, recebeu um convite do General James St. Clair para assessorá-lo como secretário em uma expedição contra o Canadá. Hume aceitou.
1748 - publicou "Investigação sobre o Entendimento Humano"
1748 -
1749 Hume vestiu o uniforme de oficial, assessorado o general em sua embaixada militar as cortes de Viena e Turim.
1749 - Hume retornou a Escócia e morou dois anos na casa de seu irmão(sua mãe havia falecido)
1751 - publicou "Investigação sobre os Princípios da Moral"
1752 -Hume foi feito conservador da biblioteca dos Advogados de Edimburgo
1754 - 1795 publicou em seis volumes "A história de Inglaterra"
1757 - publicou "História Natural da Religião"
1761 - Roma colocou todos os seus escritos no Index, a lista dos livros proibidos na Igreja Católica Romana
1763 - recebeu convite do conde de Hertford, como secretário da Embaixada. Hume tornou-se amigo do conde de Hertford e de seu irmão o General ConWay
1765 - atuou como encarregado de negócios da embaixada de Paris por quatro meses.
1766 - Hume ofereceu a Jean-Jacques Rousseau (filósofo francês) refúgio na Inglaterra
1766 - Rousseau, com suas alucinações, suspeitou de conspiração, e retornou a França, espalhando um relatório de má fé de Hume.
1767 - recebeu de Mr. Conway, irmão de Lord Hertfor, o convite para importante cargo público. Deixou novamente Edimburgo
1767 -
1768 - serviu em Londres como Subsecretário de Estado para a região Norte.
1769 - retornou a Escócia dizendo cansado da vida pública e também da Inglaterra. Se estabeleceu novamente em Edimburgo.
1776 - escreveu sua autobigrafia, data de 18 de abril de 1776, mas já se encontrava doente desde o ano anterior.
1776 - David Hume morreu em Edimburgo em
25 de agosto, com 65 anos, e foi enterrado em Waterloo Place.
1777 - foi lançada sua autobiografia, "Vida de David Hume escrita por ele mesmo", cujo título original é My Own Life (Minha Própria Vida).

O legado de Hume
O pensamento de Hume possui ainda relevância extraordinária na filosofia atual, com imensa influência. Eis algumas das suas principais contribuições para a filosofia:

O problema da causalidade
Quando um evento provoca um outro evento, a maioria das pessoas pensa que estamos conscientes de uma conexão entre os dois que faz com que o segundo siga o primeiro.
Hume questionou esta crença, notando que se é óbvio que nos apercebemos de dois eventos, não temos necessariamente de aperceber uma conexão entre os dois. E como havemos nós de nos aperceber desta misteriosa conexão senão através da nossa percepção ?
Hume negou que possamos fazer qualquer idéia de causalidade que não através do seguinte: Quando vemos que dois eventos sempre ocorrem conjuntamente, tendemos a criar uma expectativa de que quando o primeiro ocorre, o segundo seguirá.
Esta conjunção constante e a expectativa dela são tudo o que podemos saber da causalidade, e tudo o que a nossa ideia de causalidade pode inferir. Uma tal conceptualização rouba à causalidade a sua força e alguns Humeanos posteriores, como Bertrand Russell, desmentiram a noção de causalidade no geral como algo de parecido com a superstição.
Mas isto é uma violação do senso-comum. O problema da causalidade: O que justifica a nossa crença numa conexão causal? Que tipo de conexão podemos perceber? É um problema que não tem solução unânime. A perspectiva de Hume parece ser que nós temos uma crença na causalidade semelhante a um instinto, que se baseia no desenvolvimento dos hábitos na nossa mente. Uma crença que não pode ser eliminada mas que também não pode ser provada verdadeira por nenhum argumento, dedutivo ou indutivo, tal como na questão da nossa crença na realidade do mundo exterior.

O problema da indução
Todos nós cremos que o passado é um guia confiável para o futuro. Por exemplo: as leis da física descrevem como as órbitas celestes funcionam para a descrição do comportamento planetário até aos dias de hoje. Desse modo presumimos que vão funcionar para a descrição no futuro também. Mas como podemos justificar esta presunção, o princípio da indução?
Hume sugeriu duas justificações possíveis e rejeitou ambas. A primeira justificativa avançada por Hume é que por razões de necessidade lógica, o futuro tem de ser semelhante ao passado. Porém, Hume nota que podemos conceber um mundo errático e caótico onde o futuro não tem nada que ver com o passado ou então, mais submissamente, um mundo tal como o nosso até ao presente, até que certo ponto as coisas mudam completamente.
A segunda justificação, mais modestamente, apela apenas para a segurança passada da indução: sempre funcionou assim, por isso é provável que continue a funcionar. No entanto, como Hume lembrou, esta justificação apenas usa um raciocínio circular, justificando a indução por um apelo que requer a indução para ter efeito.
O problema da indução ainda permanece. A visão de Hume parece ser que nós (como outros animais) temos uma crença instintiva que o nosso futuro será semelhante ao passado, com base no desenvolvimento de hábitos do nosso sistema nervoso. Uma crença que não podemos eliminar mas que não podemos provar ser verdadeira por qualquer tipo de argumento, dedutivo ou indutivo, tal como é o caso com respeito à nossa crença na realidade do mundo exterior.
in:wikipedia

David Hume