terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Diário de Filosofia


PRETENDE-SE QUE O DIÁRIO DE FILOSOFIA SEJA UM INSTRUMENTO DE AUTO-CONHECIMENTO, QUE CONVIDE O ALUNO A DESENVOLVER AS SUAS COMPETÊNCIAS NA ÁREA DA REFLEXÃO, DA EXPRESSÃO ESCRITA E DA ATENÇÃO AO MUNDO QUE O RODEIA E ÀS SUAS TEMÁTICAS.

Este diário albergará reflexões que surjam por iniciativa pessoal do aluno bem como a partir de sugestões temáticas, feitas pelo professor.


TEMA: O Conhecimento
Reflexão escrita individual, a partir de sugestão e pistas dadas pelo professor.

Vivemos sem saber a nossa origem, o nosso fim, qual é o sentido da nossa vida. Muitas questões não têm resposta, como por exemplo a questão do livre-arbítrio, à qual mesmo que tentemos arranjar uma resposta, não temos conhecimento suficiente para saber se o que respondemos está correcto ou não.
O conhecimento existe quando temos sabedoria sobre algo, partindo do princípio que esse conhecimento é verdadeiro e útil.
O conhecimento não é absoluto, pois existe sempre alguma coisa que nos escapa, que não sabemos, por exemplo, uma matéria que é objecto de estudo na escola, ao ser avaliada por um teste escrito, mesmo que um aluno que realize a prova tire 20, não é possível determinar se tem um conhecimento absoluto sobre toda a matéria que está a ser objecto de estudo, pois é impossível que, tanto o teste como a matéria que está a ser objecto de estudo, retratem toda a sabedoria existente sobre esse tema.

A noção de conhecimento é relativa, podemos conhecer pouco, mas também podemos conhecer pouco, nunca deixando de ser conhecimento por ser pouco, mas nunca sendo absoluto por ser muito.
Todos os dias se aprende algo, mas mesmo que eu aprenda novas coisas acerca de alguma matéria, o conhecimento que eu possuía, não deixava de ser conhecimento por estar incompleto. O conhecimento constrói-se, cultiva-se, aumenta-se, aprofunda-se e completa-se.
A própria noção de conhecimento é pouco explicativa, pois não explica, nem define, o que é preciso para atingir o conhecimento.

As áreas em que o conhecimento actua são as mais variadas. As áreas abstractas tornam-se mais difíceis de perceber e de ter conhecimentos, enquanto as áreas concretas são mais particulares, tornam-se mais fáceis de perceber e de ter conhecimentos.
Algumas disciplinas, como a matemática, exigem um conhecimento, não absoluto, mas completo, outras disciplinas, como o português, mostram-nos o quão relativa é a noção de conhecimento.
Para conhecermos algo precisamos de ter algum conhecimento, ideias, memórias, sobre um determinado assunto, explorá-lo ao máximo, pesquisar as suas raízes, conhecer a sua origem, conhecer a sua função, saber como funciona.
Mesmo se criássemos um determinado objecto, seria impossível saber tudo acerca deste, pois todos os materiais que iríamos usar já estariam inventados, sendo assim, era suficiente não ter o conhecimento absoluto, acerca de um dos materiais necessário, para desconhecer algumas características da minha invenção.
Todos temos algum conhecimento, podendo este ser estudado na escola ou apenas adquirido como cultura geral.

O conhecimento que é abordado na escola é útil e necessário para a nossa formação profissional, é, normalmente, mais aprofundado que o restante conhecimento da nossa cultura geral, adquirido ao longo de toda a nossa vida.
Todos somos ignorantes em algum aspecto, todos desconhecemos alguma coisa, normalmente muitas coisas, só uma pessoa imortal poderia ter a oportunidade de ter o conhecimento absoluto, mas ainda assim, poderia não ter a capacidade de assimilar todo o conhecimento absoluto sobre uma única coisa, quanto mais, sobre todas as coisas que nos rodeiam, pois o ser humano é falível. Concluo que só um ser perfeito, só um Deus, tem o conhecimento absoluto.

In: Diário de Filosofia: Cátia, 11º Ano

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